Dados do Trabalho

Título

PIFPAM – Projeto Impacto de Incêndios Florestais sobre Primatas em Áreas Protegidas da Amazônia

Corpo do texto

A Amazônia brasileira concentra 16% dos táxons de primatas do mundo e já perdeu cerca de 20% de sua cobertura florestal original, especialmente no Arco do Desmatamento (AD), onde está a maioria dos primatas amazônicos ameaçados. Recentemente, incêndios florestais antropogênicos (IFAs) e o aumento das taxas de desmatamento afetaram severamente essa região, inclusive em Áreas Protegidas (APs), fundamentais para a proteção de habitats. Em 2020, estruturamos o PIFPAM para avaliar a situação dos primatas e os impactos dos incêndios florestais em seis das maiores APs no AD, visando orientar políticas públicas e ações urgentes de gestão, inclusive recomendações para a conservação de primatas ameaçados e fortalecimento da eficácia das APs. Os objetivos específicos são avaliar a composição e a abundância das comunidades de primatas e caracterizar as principais ameaças, incluindo impactos dos recentes desmatamentos e IFAs (tamanho da área, localização, tipo de habitat afetado). Realizamos levantamentos de espécies e ameaças (busca ativa, armadilhas fotográficas, drone com sensor térmico), estimativas de abundância populacional (transectos lineares) e análises espaciais dos riscos de incêndio em seis APs: Reserva Biológica Gurupi/MA; Parque Nacional Juruena/AM; Floresta Nacional Jacundá/RO; Terra Indígena Xingu/MT; Reservas Extrativistas Cazumbá-Iracema e Chico Mendes/AC. Essas APs foram selecionadas considerando: distribuição de primatas ameaçados; relevância para primatas; Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas Amazônicos; dados anteriores de ocorrência e abundância; risco e cicatrizes de incêndios; viabilidade. Utilizamos mapas de calor com estimativas de densidade kernel, analisando a distribuição espacial dos riscos de IFAs nas APs e suas zonas de amortecimento em um raio de 25 km entre 2010 e 2020, para identificar as áreas mais afetadas. Apresentaremos os principais resultados das oito expedições realizadas, incluindo abundância na REBIO Gurupi e FLONA Jacundá, a ampliação da extensão de ocorrência de [Mico mauesi], e o registro inédito de [Ateles chamek] nas RESEXs.

Financiadores

Re:wild, IUCN SSC Primate Specialist Group, ICMBio, UFAC, UFMT, UFV

Palavras-chave

Espécies ameaçadas, Plano de Ação Nacional, Unidades de Conservação, Terra Indígena