XX Congresso Brasileiro de Primatologia

Dados do Trabalho


Título

CASOS DE FEBRE AMARELA EM HUMANOS E PRIMATAS NÃO HUMANOS NO BRASIL, 2007 A 2021

Corpo do texto

A febre amarela (FA) é uma zoonose de elevada importância em saúde pública, sendo o ciclo silvestre não passível de eliminação, necessitando de vigilância e manutenção das ações de controle. O estudo tem por objetivo, descrever o cenário epidemiológico da FA em humanos e primatas não humanos (PNH) ocorridos no Brasil, no período de 2007 a 2021. Trata-se de um estudo descritivo, com dados retrospectivos disponíveis na plataforma OpenDataSUS. Os dados reportam os casos confirmados de FA em humanos e epizootias. Foram confirmados 2.392 casos de FA em humanos, com predomínio para o sexo masculino 1.984 (82,9%) e faixa-etária de 40 a 59 anos com 586 (24,5%) casos. Dentre as cinco regiões do país, a região Sudeste apresentou o maior número de casos, com 2.249 (93,4%) registros. Em PNH, foram 2.410 óbitos por FA em igual período. Nos anos de 2008 e 2009 e entre 2017 a 2021, surtos de FA foram registrados, sendo a região Sudeste com maior número de registros com 1.257 (52,3%) eventos, com pico de surto em 2017 (n=780), seguida pela região Sul, com 943 (39,2%) e que se destaca pela ocorrência de dois surtos de FA em primatas, no período analisado. Em 2018, o número de casos de FA em humanos foi maior que o número de PNH que vieram a óbito, 1.307 e 405 casos, respectivamente. Embora os anos de 2020 e 2021 tenham registrado um grande número de óbitos de primatas (n=681), houve poucos registros de casos em humanos (n=28). Conclui-se que houve um número importante de epizootias confirmadas em PNH, sempre precedendo surtos em humanos. Podemos observar que a sazonalidade de ocorrência teve um comportamento cíclico de 10 anos e que as epizootias se caracterizam como um eficiente evento sentinela para ações de vigilância e vacinação em humanos.

Financiadores

Centro Nacional de Primatas, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ministério da Saúde

Palavras-chave

Epizootia; Surtos; Vigilância

Área

Saúde

Autores

Amauri Michel Junglos, Maria Izabel Lopes